terça-feira, 19 de maio de 2015

Arara

Acordei cedo e fui em direção ao Paraguai, deixei a moto em um estacionamento perto da Ponte da Amizade e atravessei a pé pois não arriscaria depois de tantos avisos para não entrar de moto, a polícia é extremamente corrupta lá. Fiquei sabendo de histórias da polícia até avisar a malandragem para roubar veículo e bagagem. Mas enfim, estava animado, o Rio Paraná lá embaixo cheio de barcos da polícia federal rodando e protegendo nossa fronteira, várias pessoas atravessando junto comigo, passo pela aduana sem problemas, e aí começa a dor de cabeça! Um cara me aborda logo na saída da aduana: "O que está procurando? Quer um 22? Um 38? Maconha? Pó? Bala? Doce?" e assim foi a cada 100 metros. No início levei numa boa e só respondia que não com educação, mas depois de uns 20 minutos já estava chato e comecei a responder de forma ríspida mas mesmo assim insistiam, então coloquei meu fone de ouvido desligado e fingia que não ouvia. Minha primeira impressão foi a pior possível! Como disse um amigo, Ciudad del Este parece um enorme camelô! É uma grande bagunça. Tudo doido. Sei que já estava condicionado negativamente pelos vários relatos negativos e avisos de amigos de outros motoclubes e até de pessoas que trabalham aqui no hostel, mas ainda assim tentei relevar e ir com outro pensamento. Difícil! Muita coisa barata, oferecem as coisas por um valor e se você não mostra interesse o valor cai para mais da metade e as vezes até mais. Mas não tive paciência de rodar muito. Entrei descontraído e saí puto! Muito chato essas pessoas que querem vender a todo custo! E ao chegar aqui no hostel soube de relatos de produtos, principalmente eletrônicos, que vem só a carcaça! Enfim, Paraguai não é mais uma opção. Sempre ouvi relatos de motociclistas que preferem dar a volta e pegar um caminho maior do que cruzar o Paraguai. Quem quiser que se arrisque!


 Esse menino chegou de moto sem capacete, deixou a moto perto de mim que estava tirando fotos e filmando, comeu algo, voltou e saiu com a moto. Detalhe que a minha direita tinha um policial de trânsito e nem olhou para o menino. 
 Helen Ganzarolli no Paraguai
 Todos tem moto



Fronteira
 Ponte da Amizade

Peguei a moto no estacionamento e fui para o Parque das Aves. Fica bem próximo ao Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as Cataratas do Iguaçu mas ontem não deu tempo de ir. É bacana porque é uma oportunidade de contato com aves de diversas regiões do mundo em um passeio que coloca o visitante dentro de viveiros durante uma longa caminhada. O Parque das Aves é um dos maiores parques de aves da América Latina, que além da exibição das aves, também desenvolve projetos de conservação e procriação de algumas espécies. O passeio tem duração média de 1 a 2 horas de caminhada num ambiente de mata nativa, com trilhas de acesso aos viveiros. Depende do seu tempo de observação e apreciação das aves. Durante a caminhada, além das aves, ainda existem espaços de repteis e borboletas. Vale a pena conhecer para quem estiver passando por Foz. Uma curiosidade é que o viveiro das araras me fez lembrar de uma arara que a minha tia Chica do Rio de Janeiro tinha, o cheiro do viveiro era o cheiro que eu sempre sentia quando ia na casa dela, no Meier, quando peguei a arara na mão, etc. O nome dela era Dandhara. Arara é uma palavra de origem Avanheenga ou Abanheenga e significa “luz”. A arara é considerada um símbolo solar, pela referência indígena, onde as araras de pena vermelha são tidas como representações do fogo ou de energia solar. Suas longas penas são muito utilizadas pelas tribos em artefatos e ornatos pessoais. Misticamente, os índios bororos, acreditam que o espírito após a morte se transmigra e encarne nas araras.










 Aí Vinicius, isso daqui + Jurandir + passeio a Alfredo Chaves te lembra o que? kkkk
















De lá fui para o Museu de Cera que fica bem próximo do Parque das Aves. 






Voltei para o albergue, tomei banho, jantei e agora estou relaxando para daqui a pouco pegar estrada para Curitiba. 635km é muito chão!

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