O dia todo rodando em Ouro Preto e retiro o que disse ontem, precisa sim de vários dias para conhecer aquela cidade, é um museu ambulante. E uma coisa que não comentei é que nesses passeios em Inhotim, no zoo... você tem que andar muito, mas muito mesmo porque são lugares gigantes e em Ouro Preto não foi diferente com o agravante do sobe e desce, e algumas ladeiras que são quase em 90°. Bizarro!
Igrejas, igrejas e mais igrejas. Visitei várias mas uma me chamou atenção, a Igreja Nossa Senhora do Carmo. Nunca tinha me sentido oprimido dentro de uma igreja da forma que senti nessa. Eu realmente não consigo entender como um lugar que deveria ser para os fiéis encontrarem paz ser cheio de imagens bizarras e caóticas. Tem uma sala com um Jesus crucificado todo arrebentado, com o osso do joelho e da costela expostos, todo ensanguentado que fiquei olhando por vários minutos e tentando entender, mas realmente não entendo a finalidade disso!
Visuais lindos na cidade, arquitetura idem. Fui em dois museus, o Museu da Inconfidência e o Museu de Ciência e Técnica. Em seguida fui na feira de artesanato e pensa um cara procurando coisas de bodes e capetas em uma cidade cheia de imagens de anjos e santos. É claro que não achei nada. Mas tem muita coisa para quem gosta desse tipo de artesanato e para enfeitar a casa. Ao lado da feira tem uma igreja e vi um grupo com bandeiras da Noruega e fui lá saber o que era. Era um grupo de 50 pessoas que estavam fazendo uma viagem conhecendo o Brasil todo. Tirei algumas fotos, gravei vídeos e não pude deixar de fazer uma piada. Escolhi um casal que parecia mais tranquilo e descontraído e fui conversar. Segue a conversa:
- Hi. Good afternoon.
O rapaz me responde.
- Good afternoon.
- Can i ask a question? But it is a joke.
Ele olha para a namorada e me responde com uma cara de interrogação.
- Yes.
- Do you come here to burn churches?
A moça instantaneamente entendeu e caiu na risada. O rapaz continuou com a cara de interrogação por um instante, depois entendeu e deu uma risada e em seguida a moça diz ainda rindo.
- Good joke!
Não pude perder a piada ao encontrar um grupo de noruegueses em uma cidade cheia de igrejas. Depois fui seguindo o grupo a pé e batendo um papo. No meio da conversa eles me disseram que isso é quase lenda lá daí perguntei se tinha algum nome que lembravam desses acontecidos e foi de imediato "Vikernes". Casal muito gente boa e levaram a brincadeira na esportiva. E para quem não sabe bulhufas do que se trata, coloca "Inner Circle Noruega" para pesquisar no Google. Depois disso dei mais umas voltas e segui para Mariana chegando lá as 17 e pouco. Deu 18:00 e o sino da Igreja toca 25 vezes (não faço idéia do significado e sim eu contei) e logo em seguida lá de cima do morro começa um cara a tocar um saxofone. Fui rodando a cidade e o cara lá tocando. Quando cheguei na igreja do topo do morro ele estava lá tocando e foi até exatos 19:00. É um evento que acontece toda sexta chamado Chuva de Música, você ouve de qualquer lugar da cidade pois tem um PA e o cara vai tocando no microfone.
Parti as 19 e pouco em direção a Congonhas, me perdi no meio do caminho e fui parar em Santa Rita de Ouro Preto, dei meia volta e continuei pelo caminho certo. Cheguei em Congonhas as 21 e pouco, jantei e fui me encontrar com os meus amigos Soninha e Gilson, casal bacana demais que conheci em 2009 quando vim para o Congonhas Moto Fest pela primeira vez que sempre são muito prestativos. Não estava tão lotado quanto da vez que vim mas deve ser por ser sexta, creio que hoje vai lotar e será melhor do que ontem.
Termino esse curto passeio hoje e amanhã já volto para casa. Dar uma volta na cidade e depois ir para o encontro.
Amanhã posto minhas considerações finais como sempre.
Então vou-me e deixo vocês com uma citação brilhante...
A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
(José Saramago)
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Aí Luizinho. Misantropia total!
Museu de Ciência e Técnica
Consegui tirar pçoucas fotos com o celular dentro do museu
Feira de Artesanato
O casal da piada foi esse rapaz de chapéu segurando a bandeira e a moça ao lado dele de blusa rosa.
Visão de um dos mirantes
Mariana
Mais um Jesus bizarro
O morro de onde vinha o som do saxofone
Chuva de música
Ouro Branco no caminho para Congonhas
Congonhas
Com meus amigos em 2009
Reencontrando em 2013
Hoje de manhã os cachorros da Soninha querendo dar uma volta de moto