sábado, 28 de junho de 2014

Machu Picchu

PERU

 No ônibus para Cusco



 A peregrinação para a cerimônia do solstício

 Um mar de pessoas

 Um tipo de roedor
 Não faço idéia do que é



 A menina pediu "propina" depois da foto
 Festa na Plaza de Armas a noite





Em 24 de julho de 1911, o arqueólogo americano Hiram Bingham encontrou estas incríveis ruínas no Peru. Machu Picchu foi construída por volta de 1450 e pertencia ao Império Inca, que se estendeu a Bolívia, Chile e Equador antes de ser destruído pelos espanhóis no século XVI. Um dos mistérios que envolvem a cidade é como os incas carregaram tantas pedras para construí-la. O trabalho não foi tão duro assim, pois a própria montanha era rica em granito. Mais complicado era extrair as rochas do terreno. Mestres no assunto, os incas usavam técnicas curiosas, como encher de água fissuras naturais nas pedras para que, à noite, com a queda da temperatura, o líquido congelasse e se expandisse, aumentando as rachaduras e facilitando a extração. Mas o que fazia no meio das montanhas essa cidade? A única certeza é que ela foi abandonada sem que nenhum colonizador espanhol a tivesse conhecido - o que nós podemos fazer agora. A Intiwatana (pedra de amarrar o Sol) era a peça central de um sistema de medições astronômicas, importante para definir o plantio. A Praça Sagrada tinha dois templos: o das Três Janelas (simbolizando a terra dos vivos, a dos mortos e a dos deuses) e o dos Animais (para celebrar a fertilidade). A entrada principal era o Portal Sul, que separava o setor urbano do rural. Na parte alta da cidade, ficava o Bairro Nobre, lar de sacerdotes, oficiais e parentes do imperador.
ARMAZÉM
Aqui eram estocados os alimentos cultivados na cidade ou trazidos de fora em tropas de lhamas, já que Machu Picchu não conseguia produzir comida suficiente para todos os seus habitantes. O local também poderia servir como uma espécie de recepção para os visitantes. O pico Huayna Picchu (montanha jovem) era um ponto estratégico para observações astronômicas, ligado à cidade por uma íngreme escadaria. Na parte baixa da cidade, ficava o bairro popular, moradia de artesãos, camponeses e professores. A Praça Central era uma espécie de pátio interno, onde ocorriam as festas.
TERRAÇOS
Pareciam grandes degraus e serviam para o plantio - de batata e milho a folhas de coca, usadas para resistir à altitude. Eles tinham uma base de pedra que permitia a rápida passagem da água entre um terraço e outro. Além disso, protegiam o terreno da erosão.
O GRANDE TEMPLO
O Sol era o deus mais popular entre as inúmeras divindades da natureza adoradas pelos incas e era representado em muitos ornamentos de ouro. O Templo do Sol, o principal de Machu Picchu, tinha duas janelas posicionadas para receber os primeiros raios solares que entravam na cidade nos dias que marcam o início do verão e do inverno. Lá, sacerdotes também sacrificavam lhamas e porquinhos-da-índia para prever o futuro em suas vísceras. A rede de água começava nas montanhas, onde nascia a água potável que a avançada engenharia hidráulica inca distribuía por canais e pequenas fontes de pedra.
Machu Picchu foi uma das experiências mais intensas que já tive. Lugar místico de certa forma, cheio de energia, um lugar de encher os olhos de lágrimas e o cérebro de dúvidas. A cidade é separada em três áreas – agrícola, urbana e religiosa. As três janelas representam três dos símbolos mais importantes à cultura inca: o condor (habilidade), o puma (força) e a serpente (inteligência). Essa mesma simbologia pode ser vista na própria cidade: o puma seria Huayna Picchu; o condor seria a pequena montanha ao lado e a serpente, o contorno do rio Urubamba, que passa logo abaixo. Puma Punku é considerado o lugar aonde começou a civilização inca e o primeiro vestígio dela, Tiwanaku é muito importante para a tradição inca pois se acreditava que o mundo tinha começado alí. Conhecer todos esses lugares aonde uma civilização tão intrigante começou e infelizmente acabou dá um nó no cérebro. Artefatos que envergonham os homens mais inteligentes de hoje pois não tem a mínima idéia de como foram feitos. Já tinham grupos organizados em engenheiros, astrônomos, professores, e todo tipo de cientistas e estudiosos. A estrutura social inca era rígida em termos de relações étnicas e funções. Em tempos incas a estrutura não foi baseada pelo status econômico, mas por funções a serem cumpridas dentro de cada comunidade. Os incas eram os líderes do poder ao longo de muitos senhores de etnia ou chefes, e estes por sua vez em outros chefes de níveis mais baixos também pode ter impostos, mas não livremente , tudo foi totalmente controlado e fornecido através de escalas intermediárias. Machu Picchu está a 2430m acima do nível do mar e sim, vale toda a pena conhecer. Um grande problema são os valores absurdos para se chegar de forma cômoda até a cidade. Fiz parte de uma excursão que gastou 2 dias inteiros. A excursão (de van) tem o mesmo valor do trem que leva de Cusco a Águas Calientes, com a diferença (para quem vai de trem) de ainda ter que pagar o ingresso para a entrada e acomodações que na excursão já estava tudo incluído. As 6 de quinta estávamos todos os participantes saindo em direção a Águas Calientes, visual lindo, frio intenso, curvas fechadíssimas, cachoeiras que passavam pela pista, subindo, subindo, e eu ficando entediado com o papo dos gringos, falando sobre como ficaram bêbados nas festas em suas viagens, de como o chá inglês é mil vezes melhor que a erva da Amércia do Sul fora que falaram que era nojento tomar em uma espécie de canudo (bomba ou bombilha do chimarrão). Uma alemã ficava gritando para o motorista: “Go, go, faster”. Como ir mais rápido com tantas curvas? ¬¬ Mas o pior foi quando o guia foi mais devagar enquanto passávamos em uma ponte e falou: “Aqui é o pico de bungee jump e tem 1500m de altura!”, aí vem uma inglesa e me sai com essa: “Só 1500m? Quando fui a África do Sul pulei de um lugar que tinha 2500m. Sou de Manchester e só gosto de coisas extremas!”. Logo depois da vontade de vomitar, coloquei meu fone e procurei uma música que combinasse com as montanhas a minha volta. E por falar em montanhas, nunca vi tantas em um mesmo lugar e tão altas. O ponto mais alto que chegamos (e que eu já cheguei) foi de 4330m e após esse ponto só desce. Os gringos loucos com o “south american way to drive”, gritavam o tempo todo e se cagavam com os abismos. Paramos em uma cidade chamada Santa Teresa para almoçar e logo depois chegamos na Hidrelétrica (que tem parceria com o Brasil na construção) por volta de 14hs. Esticamos um pouco e nos preparamos para a caminhada de 12km que teríamos que fazer até chegar a Águas Calientes. Esses 12km só pode ser percorrido pelo trem, e como disse, é muito caro. Seguindo o trilho o visual também é perfeito. 3:30 horas de caminhada depois chegamos a cidade, destruidos. Tomei um banho, jantei e capotei. 4 da manhã de pé para tomar o café da manhã. Tinha 2 opções, caminhar de Águas Calientes até o topo da montanha que se encontra Machu Picchu (390m) ou ir de ônibus. O grupo se dividiu em 2 e cada um foi a seu modo, quem foi caminhando saiu mais cedo. Eu não tinha mais perna e escolhi ir de ônibus que demora 28 minutos para subir e 20 para descer. Chegamos ao topo por volta de 5:30 e só abre para visita as 6. Muito frio e todos esperando. Muita gente de vários pontos do mundo queriam ver o mesmo que eu. Quando abriu o portão o meu primeiro pensamento foi: “Estou aqui”. Muitas lhamas, histórias, cidade imensa, não tem como ter uma idéia por fotos ou vídeos, é realmente gigantesco! Após ouvir as histórias de cada ponto importante da cidade podíamos explorar por conta própria. Sentei no ponto mais alto para observar o local, os abismos, as montanhas que estão em volta da cidade. É simplesmente magnífico. Me levantei, comprei água e me preparei para o caminho de volta até a Hidrelétrica, mais 12km. O pé cheio de bolha e muito cansado mas tinha que fazer. A volta fiz mais rápido (2:30hs) pois mantive um ritmo e só parei uma vez para encher a garrafa de água no rio. Nos encontramos as 14hs na van. Tomamos umas cervejas para relaxar. Provei duas cervejas peruanas, a Cusqueña e a Trujillo. Seguimos nosso caminho. Fomos parados pela polícia peruana 3 vezes ao todo, 1 na ida e 2 na volta. O guia peruano, que se chama Jorge, disse que essa época faz muita neblina nas montanhas e aumenta o tráfico de cocaína, aumentando a ação da polícia. Fiquei curioso e perguntei a ele quanto de folha de coca precisaria para fazer 1kg de pasta base, resposta: 1 tonelada!!! Agora faz todo sentido ser tráfico eu levar um pacotinho de folha de coca no avião! ¬¬ Chegamos no hostel em Cusco as 20:30hs. Bati meu recorde de frio mais uma vez, -12°. Fiz o check-in, tomei um banho e dormi. Hoje acordei para ver o jogo, uma pena o Chile ter perdido. Ótimo jogo. Na hora do almoço rolou um churrasco que fiz a festa. Bom, trip chegando ao fim, desisti de Quito, não vale a pena chegar lá, ver a Praça das Iguanas e ir embora. Acho que essa trip começou bem e acabou perfeito. Amanhã começo o meu caminho de volta... satisfeito! 

 Indo para Águas Calientes

As curvas tensas
 A van
 Frio

Cachoeira cortando a pista
 12 km


 O ônibus que leva a Machu Picchu
 Povo esperando

 Lhamas, muita névoa e frio




 Os incas domesticaram a coca. A planta não sobrevive a alturas, mas ela está lá a 2430m.

 Rocha Sagrada









 O caminho de volta


 Faltam 3500km até a Hidrelétrica... ainda

Holandeses, alemães, ingleses, austríacos, australianos, o guia peruano e eu